Outubro é o mês missionário para nos lembrar que a Igreja é e deve ser missionária, o tempo de ter em mente que o próprio Jesus enviou os discípulos para anunciar a sua Palavra porque o reino de Deus está próximo e todos devem conhecer a Boa Nova. Período que culmina, como sempre, no Dia Mundial das Missões, neste ano dia 20 de outubro.
A mensagem do Papa Francisco oferece uma reflexão que vai além do “dia”: este ano a inspiração vem da parábola evangélica do banquete nupcial (Mateus 22,1-14).
1. “Ide e convidai!”. A missão como ida incansável e convite para a festa do Senhor
No início da ordem do rei aos seus servos existem dois verbos que expressam a essência da missão: “ir” e “chamar” no sentido de “convidar”.
“Ide” fala-nos do movimento de sair sempre de nós mesmos, do ir incansável ao encontro dos outros irmãos e irmãs como faz o amor infinito de Deus, como fez Jesus caminhando pelas ruas da Galiléia, para convidar cada homem à alegria de seu reino, sem se cansar ou desanimar diante da rejeição.
O “chamar” ou, melhor, o “convidar”, nos diz como fazê-lo, no mesmo estilo de quem nos envia: com muito respeito e gentileza. “Ao anunciar ao mundo «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Exortação Apostólica Evangelii gaudium, 36), os discípulos missionários fazem-no com alegria, magnanimidade, benevolência, fruto do Espírito Santo em eles (veja Gálatas 5:22); sem força, coerção, proselitismo; sempre com proximidade, compaixão e ternura, que refletem o modo de ser e agir de Deus”.
2. "Para o banquete." A perspectiva escatológica e eucarística da missão de Cristo e da Igreja
O rei pede aos servos que convidem para o casamento do seu filho e o banquete nupcial é “uma imagem da salvação final do Reino de Deus, já alcançada pela vinda de Jesus, o Messias e Filho de Deus”.
Ainda hoje nos diz o Papa Francisco, devemos sentir a urgência, como os primeiros cristãos, de anunciar o Evangelho com a alegria de quem sabe que “o Senhor está próximo”. Para além da efemeridade de todos os banquetes “consumistas” do nosso tempo, o Evangelho chama todos ao banquete divino” onde reinam a alegria, a partilha, a justiça, a fraternidade, na comunhão com Deus e com os outros“. E “esta plenitude de vida, dom de Cristo”, já o saboreamos no banquete da Eucaristia. Assim, o anúncio do advento do Reino de Deus está intrinsecamente ligado ao banquete eucarístico que é o motor do desejo de chegar a cada homem com esta notícia, que já traz paz e alegria às nossas vidas. E aqui está o convite do Papa para “viver cada Eucaristia mais intensamente”.
3. "Todos". A missão universal dos discípulos de Cristo e de toda a Igreja sinodal - missionária
O coração da missão está precisamente naquele “todos”: Deus quer que o anúncio seja levado a todos os homens, não exclui ninguém, pelo contrário, envia várias vezes os seus servos a cada esquina para convidar todos, até os últimos, “os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos” (Lc 14.21), “mau e bom” (Mt 22,10). “Qualquer pessoa, cada homem e cada mulher é destinatário do convite de Deus para participar na sua graça que transforma e salva. Basta dizer “sim” a este dom gratuito e divino, acolhendo-o e deixando-nos transformar por ele, cobrindo-nos dele como de um “vestimenta nupcial” (ver Mt 22:12)”.
Por fim, quão bela é a lembrança de Maria, que obteve o primeiro milagre do seu Filho numa festa de casamento em Caná: o vinho novo como antecipação do banquete que Deus nos prepara para o fim dos tempos.
E então, “Santa Maria, Estrela da evangelização, rogai por nós!”